24/03/2015
Dr. Visão
A volta às aulas está aí e essa época é uma ótima oportunidade para alertar os pais sobre um problema que pode afetar o rendimento do filho na escola e na vida pessoal: as doenças oftalmológicas. Para se ter uma ideia, a estimativa do Ministério da Saúde é que 30% das crianças em idade escolar apresentam algum problema de visão e segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) de 3% a 10% das crianças de 7 a 10 anos do país precisam usar óculos.
“Muitas vezes por falta de conhecimento os pais não percebem, pois a criança não sabe informar que não está enxergando bem, então doenças que poderiam ser prevenidas e tratadas logo após o nascimento do bebê são detectadas em um estágio avançado”, explica o oftalmologista Jonathan Lake.
E continua: “A dificuldade visual ocasionada por erro de refração (grau de óculos) pode permanecer para a vida toda se o problema não for corrigido entre 0 e 7 anos - época crucial na qual seu sistema nervoso ocular e cerebral tem boa plasticidade. Se a criança que precisa usar óculos fizer isso regularmente, vai desenvolver uma ótima acuidade visual, podendo até chegar à normalidade”.
Doenças mais frequentes nos bebês e crianças:
. Glaucoma Congênito (lacrimejamento, aversão à luz, olhos grandes) - Ocorre nos dois olhos e necessita de tratamento imediato, pois pode levar à cegueira.
. Catarata Congênita (pupila esbranquiçada, não fixa os objetos) - Ocorrendo nos dois olhos, o tratamento precisa ser imediato.
. Miopia - dificuldade em enxergar de longe.
. Astigmatismo - visão distorcida tanto de perto quanto de longe.
. Hipermetropia - dificuldade em enxergar de perto.
. Estrabismo - perda de paralelismo entre os olhos.
Sinais de problemas de visão na infância:
Até 2 anos: lacrimejamento constante, fotofobia, olhos com cor acinzentada ou opaca, falta de interesse pelo ambiente e pessoa e olhos avermelhados com secreção.
De 3 a 7 anos: inclinação da cabeça para um lado, dores de cabeça e nos olhos com frequência, assistir TV muito próximo à tela, olhos desviados para o nariz ou para fora, coçar os olhos depois de um esforço visual e fechar um dos olhos em local ensolarados.
“Vale ressaltar que todos esses sinais devem ser acompanhados por um médico para que seja feito um diagnóstico de precisão. O ideal é que o primeiro exame de vista seja feito nos dois primeiros anos de vida”, avalia o médico.